sexta-feira, 15 de janeiro de 2016


Ah, então um combinado é rapidamente desfeito (culpa do trânsito), uma vontade parece voraz assim que exposta (mas não pode ser saciada, culpa da rotina), desiste de declarar o que realmente pensa por pura preguiça. Eu não sei vocês, mas tenho alergia às frases ridiculamente prontas, ao comportamento mais babaca - e covarde - ainda: puxa, minha avó adoeceu. Nossa, hoje vai ser impossível, preciso fazer rancho no super mercado. Ando doente, minha rotina é só cansaço, moramos longe e a gasolina é cara. Querer sincero e desesperadamente, sem medidas ou objeções, que tem a ver com isso?
O fato é que o interessado sempre dá um jeito. Não adianta dizer que choveu ou que o mundo conspirou contra você. Quando queremos algo, vamos até o inferno... 
Vejo aos montes amigos e amigas que não querem tentar. Querem um amor de filme, receitinha de bolo prática, que vai cair do céu no meio da sala deles, pronta pra ver um filme com vinho e macarrão. Vejo gente que completou fichas e questionários parecidos com o das pesquisas do IBGE para os pretendentes preencherem em três vias para daqui a quinze dias úteis.
Você quer amor, mas não quer tentar... Me desculpe, mas isso não existe.
Já viram um cara quando algo é realmente importante? Chega a ser chato do tanto que tentam. Alguma brecha no meio do seu dia, alguma atenção - foda-se que pareça louco por você ou desesperado, ele quer e pronto - e age. Daí que fica fácil diagnosticar quando estão ou nos levando em banho maria, ou nem tão afim assim quanto imaginam. Ou simplesmente pertencem ao tipo que não se permite, não se solta, esquece de viver a pleno.

É como disse Nelson Rodrigues e a fila é grande de mulheres afim de assinar embaixo: toda falta num homem é perdoada, menos a de atitude. Corretíssimo.

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